E quem está se esforçando para garantir que isso ocorra até 2019 é o Clube Concorde, um grupo formado por ex-pilotos, mantenedores, engenheiros, executivos de companhias aéreas e entusiastas.
Aérospatiale-BAC Concorde / Foto: Air France
O plano é audacioso e requer altos investimentos. Segundo o grupo, eles tem 120 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 730 milhões) reservadas para a realização do seu sonho.
As negociações em curso buscam adquirir ou arrendar as duas aeronaves. Paul James, presidente do Clube Concorde, diz que eles pretendem obter os aviões na França, mas que ainda não há acordo.
“A aeronave que gostaríamos de colocar no ar está no aeroporto Le Bourget, em Paris. E também queríamos arrendar e restaurar um concorde da British Airways para exposição em Londres, perto da London Eye, mas não foi possível, então estamos de olho na França e tem um concorde próximo ao aeroporto de Orly”, completou.
Após uma restauração, uma das aeronaves seria usada para shows de aviação, eventos especiais e voos fretados.
James disse estar confiante de que o avião possa ser preparado para voos em 2019, para coincidir com o aniversário de 50 anos do primeiro voo do Concorde.
O plano começou a tomar forma após o grupo levantar 40 milhões de libras (cerca de R$ 240 milhões) para expor o jato no rio Tâmisa, em Londres, nas imediações da roda-gigante London Eye.
“É um ícone global”, disse James. “Todas as autoridades se mostraram receptivas à nossa ideia de trazer um Corcorde para o rio como uma atração turística, e a London Eye concordou em compartilhar o píer da atração.”
O grupo de entusiastas precisa ainda garantir a permissão de planejamento da empreitada, mas James diz que o objetivo é montar a atração em 2017, antes de abrir uma exposição semelhante em Paris.
Cockpit do Aérospatiale-BAC Concorde / Foto: Eric Long, National Air and Space Museum, Smithsonian Institution
O Concorde foi aposentado em 2003, três anos após um acidente nos arredores de Paris que deixou 113 mortos.
Na ocasião, o avião supersônico pegou fogo pouco após decolar do aeroporto Charles de Gaulle.
Após o desastre, os Concordes foram retirados de operação durante um ano e, após um breve retorno, definitivamente aposentados em 2003.
Um juiz francês apontou, após quatro anos de investigações, que um pedaço de metal que havia caído antes de um avião da Continental Airlines desempenhou um papel “direto” no acidente.
Posteriormente, a Justiça francesa retirou as acusações criminais contra a companhia aérea americana, que sempre negou responsabilidade pelo desastre.
No período em que operou, de 1976 a 2003, o Concorde foi o avião de passageiros mais glamouroso que já existiu / Foto: Johnathan Safford
O Concorde foi o primeiro avião comercial supersônico. Fruto do consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation e a francesa Aérospatiale, foi produzido entre 1965 e 1978.
O primeiro voo comercial ocorreu no dia 21 de janeiro de 1976 e o ultimo no dia 24 de outubro de 2003. Propulsado por quatro motores turbojatos dotados de pós queimadores, cada um gerava mais de 17.000 kg de empuxo. O Concorde tinha uma velocidade máxima de 2.180 km/h, mas ele voava em velocidade de cruzeiro, que era de 2.160 km/h a 18.000 metros.
O Concorde foi um misto de orgulho e frustração. Orgulho por alguém ter conseguido realizar o sonho de cruzar o Atlântico norte em menos de 4 horas. Orgulho por alguém ter conseguido construir tão singular máquina aérea. Frustração por tão grandes expectativas e tão dura foi a realidade. Frustração pela ignorância de certos grupos, que impediram vôos mais altos. Frustração por ele ter surgido justamente durante a crise do petróleo, que jogou os custos operacionais mais altos que o seu teto de serviço.
Cockpit do Aérospatiale-BAC Concorde / Foto: Max Nash
IMAGENS: Meramente ilustrativas
COLABOROU: Giordani, Fernando Valduga
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